quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Educação integral em debate


A inserção das radios-escola na educação integral foi o tema da discussão realizada na segunda mesa redonda do Seminário, na manhã desta quarta (07/11). Os convidados para a mesa, Marilac Souza, Carlos Brandão e Judith Gerbaldo, discutiram as propostas e projetos para a utilização do rádio como instrumento de educação dentro e fora da sala de aula. A mediação do espaço ficou por conta de Luana Amorim, jornalista da ONG brasileira Catavento Comunicação e Educação.

Judith Gerbaldo, mestre em Comunicação e Cultura pela Universidad Nacional de Córdoba, apresentou o projeto “Todas Las Voces, Todos” que, articulado junto ao governo argentino, constituiu-se na primeira politica pública desenvolvida pelo país dentro dos marcos da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, promulgada em outubro de 2009. O trabalho é articulado com pesquisas, visitas e acompanhamento aos diversos territórios, como Chaco, Tucumanm e San Martin.

O principal objetivo do programa é a capacitação de crianças e jovens para desenvolver produções radiofônicas.  Segundo Judith, as rádios-escola contribuem para fortalecer as comunidades a partir da comunicação popular, do empoderamento, da participação e do protagonismo infantil. “Nós temos que ter uma voz pública e ter acesso ao cenário público, onde nossa voz possa ter presença e incidência”, explica.

A participação da professora e coordenadora pedagógica da ONG Catavento Comunicação e Educação, Marilac Souza, suscitou reflexões sobre os espaços limitados das salas de aula e a inserção das rádios na educação integral. De acordo com a professora, as salas de aula limitam o desenvolvimento dos alunos para outras atividades. “O radio é um instrumento que a gente não consegue engaiolar. Sempre que uma experiência é engaiolada, ela morre” destaca ela, sobre a importância de as rádios-escola serem aliadas do processo de educação integral. 

Carlos Rodrigues Brandão, professor colaborador do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Campinas (Unicamp), finalizou a ponderações da mesa.  A discussão gerada a partir de suas colocações baseou-se no Movimento de Educação de Base (MEB) e Cultura popular. Para o professor, a educação integral não deve ser uma extensão das aulas nem um prolongamento da “hora do recreio”. 

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